C. de Asa - o grito irreverente no carnaval do Maranhão

“Segura a cadência do samba meu senhor. E é com essa batucada que eu vou. Eu vou descendo, bem devagar, ô abram alas, deixa o Caralho passar...”

O bairro da Madre Deus, celeiro cultural encravado no Centro de São Luís, é exemplo constante de criatividade e irreverência de janeiro a janeiro. Porém, quando se trata do carnaval de rua, a coisa parece ficar mais acentuada.

O bloco “C. de Asa” (Caralho de Asa, numa tradução nada eufêmica) surgiu há 20 carnavais, no ano de 1996, dissidência da também irreverente Máquina de Descascar’Alho. Segundo Maria Goreth, uma das fundadoras do bloco, sempre que chegavam dos desfiles da “Máquina” pelas ruas da Madre Deus, alguns batuqueiros ainda tinham pique para fazer uma roda de samba e, vez por outra, preambular em cortejo, tocando e dançando pelo bairro.

Como a Máquina de Descascar’Alho era considerada a primeira manifestação carnavalesca a se apresentar no ano, sempre no dia 1º de janeiro, a turma do C. de Asa resolveu inovar, indo às ruas ainda no dia de Natal, passando a ser o primeiro “grito de Carnaval” do Maranhão. Maria Goreth reforça que a escolha do dia 25, não foi necessariamente para confrontar a Máquina e sim pela proximidade do aniversário de sua irmã. “Na verdade essa data seria em comemoração ao aniversário de Joana, minha irmã, que faz aniversário dia 26 de dezembro. Como iniciávamos a saída do bloco ainda pela manhã do dia 26, coincidiu que em uma destas datas o dia 25 caiu em um domingo, vindo a ser a data oficial de nossa brincadeira ir às ruas”, relatou a orgulhosa foliã.

Após o dia 25 de dezembro, o Bloco C. de Asa, percorre as ruas da Madre Deus sempre aos domingos, variando as saídas entre 1h e 15h, dependendo da quantidade de comida e bebida oferecidas aos batuqueiros e brincantes.

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